segunda-feira, agosto 06, 2012

Prostituição infantil no Brasil

Um desafio nacional.

A prostituição infantil no Brasil é um problema tão frequente quanto grave, especialmente em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis. Muitas vezes as crianças são levadas a essa atividade pelos próprios pais ou por aliciadores. Nesse cenário, operadores de turismo despejam semanalmente nas cidades brasileiras milhares de europeus em busca de sexo barato, principalmente no Nordeste. O problema já estaria levando o Brasil a alcançar a Tailândia como o principal destino mundial do turismo sexual.



Uma menina vestida com um pequeno biquíni expõe seu corpo frágil. Ela não parece ter mais do que 13 anos, mas é uma das dezenas de garotas andando pelas ruas à procura de clientes debaixo do sol da tarde. A maioria vem das favelas da região. [...]
"Oi, meu nome é C. Você quer fazer um programa?", ela pergunta. C. pede menos de R$ 10 por seus serviços. Uma mulher mais velha chega perto e se apresenta como mãe da menina.
"Você pode escolher outras duas meninas, da mesma idade da minha filha, pelo mesmo preço", ela diz. "Eu posso levar você a um motel local onde um quarto pode ser alugado por hora."
[...]
Motoristas de táxi trabalham com as garotas que são jovens demais para entrar nos bares. Um deles me oferece duas pelo preço de uma e uma carona para um motel local.
"Elas são menores de idade, então são muito mais baratas que as mais velhas", explica ele ao me apresentar S. e M.
Nenhuma delas faz nenhum esforço para esconder sua idade. Uma delas leva consigo uma bolsa da Barbie, e as duas se dão as mãos com um olhar que parece aterrorizado diante da perspectiva de um potencial cliente.

As jovens passam a madrugada na BR-101 e revelam o que fazem. “A gente faz programa. Cada um é R$ 20”, conta uma delas. [...] As jovens se oferecem: “Vamos fazer um programa?”.
Para as meninas, tempo também é dinheiro, e se o cliente demora para se decidir, elas vão embora. Mas não vão para casa. A moradia é improvisada em um imóvel abandonado às margens da rodovia. Depois de um pequeno descanso, voltam ao trabalho já depois do sol raiar.
[...]
Tudo acontece a poucos metros do prédio da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal. E o pior: as meninas que fazem sexo na BR-101 em troca de dinheiro são menores de idade.
Uma mulher que, por medo, esconde o rosto, desabafa: “É uma prostituição a noite toda, para lá e para cá. Tem garotinho de 9 anos usando drogas e fazendo aviãozinho. Além da prostituição infantil, existe a droga, de todo tipo que vocês possam imaginar”.
            Um levantamento feito em 66 mil quilômetros de rodovias federais identificou 1820 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes e a maioria deles, 67,5%, ficam em áreas urbanas. O mapeamento foi feito pela Polícia Rodoviária Federal, em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, a Organização Internacional do trabalho, e a Childhood Brasil, e apresentado nesta quarta-feira em São Paulo.
            De acordo com o levantamento, os cinco estados com maior número de locais vulneráveis são justamente os que detêm as maiores malhas viárias; Nos principais eixos rodoviários do país estão 45,7% dos pontos identificados. Segundo a PRF, são normalmente estradas que ligam regiões mais desenvolvidas a outras menos desenvolvidas.
            Entre 2005 e 2010 foram recolhidos e encaminhados a Conselhos Tutelares 2036 meninos e meninas encontrados em locais deste tipo. No total, 951 pessoas foram presas em flagrante.
            Os locais identificados como de risco para a prostituição infantil concentram ainda outros ilícitos, como venda e consumo de drogas, prostituição e tráfico de seres humanos. Em maioria, são locais onde estão presentes caminhoneiros.
 
O número de denúncias sobre exploração da prostituição infantil encaminhadas pela população do Estado (do Rio de Janeiro) ao Disque-Denúncia aumentou em 34,90% em 2011  [...]. Em 2010, foram 1378 denúncias de abuso sexual, exploração sexual e pornografia infantil, contra 1859 do ano anterior.

A cidade de Buenos Aires, na Argentina, está contratando ex-garotas de programa para ajudar a combater a prostituição infantil. O projeto, que é da Secretaria de Desenvolvimento Social, começou com dez mulheres que recebiam um salário mensal equivalente a R$ 1 mil.
“Com a ajuda das ex-prostitutas já conseguimos retirar cerca de 110 jovens das ruas, que se prostituíam ou vinham sendo explorados sexualmente”, afirma Miguel Sorbello, coordenador do projeto e assistente social da divisão da Infância e Adolescência da secretaria.
Sorbello disse ainda que o resultado tem sido positivo e que a previsão é contratar mais dez mulheres e cinco travestis para integrar a equipe. “Como elas conhecem os códigos (da prostituição e da exploração sexual) melhor do que um assistente social, tivemos a ideia de contratá-las. Elas se aproximam dos jovens e afirmam, por exemplo, que agora que têm 30 ou 40 anos e veem que não valeu a pena seguir aquele caminho”.

domingo, agosto 05, 2012

- A Educação no Brasil deve ser tratada não por focos isolados, mas sim como um sistema de produção de conhecimentos.

Harvard... para quem?


Dilma assina convênio com Harvard.  Dirão todos: que maravilha! Em tese, seria.
Esclareço:
- A Educação no Brasil deve ser tratada não por focos isolados, mas sim como um sistema de produção de conhecimentos. Eu disse sistema, e explico: nossas deficiências [graves] educacionais passam pelo ensino fundamental, avolumam-se até o ensino médio, e o resultado é trágico: os alunos que chegam as universidades carregam fardos de saber: vazios.
Logo, incapazes serão de avançar no aprendizado e domínio das novas vias de conhecimento que terão pela frente.

O MEC sabe disto, está posto nas avaliações realizadas, cujos indicadores de resultados aferidos em todas as Universidades do Brasil, demonstram e são vergonhosos.
Para Harvard irão os menos piores, dentre os nossos péssimos estudantes.


Enquanto o Governo não se desvencilhar das frequentes síndromes de improvisos, que visam apenas aliviar sintomas, sem tocar fundo nas chagas e feridas abertas na Educação, permaneceremos assim: Professores tentando ensinar e disseminar saber versus alunos despreparados [literalmente incapacitados] para receber e digerir conhecimentos.

Razões estas que justificam o número ínfimo de nossos Centros de Excelência. Definindo-se como Centro de Excelência, os organismos, ambientes ou espaços no quais um determinado grupo ou instituição [via pesquisas sólidas e avançadas]é especialista em determinado assunto ou tema- com reconhecimento de notória produção de saber.

Assistir o País governado por Remendos, cuja sustentabilidade é pífia, é de lamentar [quem sabe chorar].

Educação exige trato sério, Presidente, não dá mais para postergar!

Poucas ações federais expõem a tibieza e a crônica incompetência desse [des] governo: “O ESSENCIAL É INVISIVEL AOS OLHOS.”.

"Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesma baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito...”. (in As Farpas- Eça de Queirós em 1872)

Acrescento: a toda essa desgraça,some-se profunda e irrecuperável cegueira intelectual.